DESCANSO PARA LOUCURA: 2016

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Festa de Nossa Senhora do Amparo - Palmeira dos Índios/AL: programação 2016

Assim como fizemos ano passado (programação 2015) trazemos a Programação da Festa de Nossa Senhora do Amparo (2016), da Diocese de Palmeira dos Índios - AL, através do panfleto que é confeccionado e distribuído pela própria Catedral.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Palavra do Ano (Portugal)


Visitando o site da Infopédia (Dicionários Porto Editora), nos deparamos também com uma curiosa enquete que abordava sobre a “Palavra do Ano”. Observamos ainda que esta iniciativa ocorre sistematicamente desde 2009. Refletindo-se enquanto uma das mais importantes expressões sociais, a língua (e aqui entendida e externalizada através das palavras) se constitui enquanto um importante reflexo do que ocorre anualmente na sociedade (e com maior incidência) no âmbito de Portugal, dos países de língua portuguesa, bem como em relação aos termos e expressões que se destacam mundialmente, nomeadamente na Europa.
"PALAVRA DO ANO é uma iniciativa da Porto Editora que tem como principal objetivo sublinhar a riqueza lexical e o dinamismo criativo da língua portuguesa, patrimônio vivo e precioso de todos os que nela se expressam, acentuando, assim, a importância das palavras e dos seus significados na produção individual e social dos sentidos com que vamos interpretando e construindo a própria vida".
"A lista de palavras candidatas é produto do trabalho permanente de observação e acompanhamento da realidade da língua portuguesa, levado a cabo pela Porto Editora, através da análise de frequência e distribuição de uso das palavras e do relevo que elas alcançam, tanto nos meios de comunicação e redes sociais como no registo de consultas online e mobile dos dicionários da Porto Editora, tendo em consideração também as sugestões dos portugueses através do site <www.palavradoano.pt>". 
Anualmente tivemos os seguintes resultados:
Em 2009 a palavra escolhida foi "esmiuçar" (palavra que ganhou notoriedade no âmbito de uma rubrica televisiva dos comediantes Gato Fedorento);
Em 2010 ganhou a palavra "vuvuzela" (instrumento amplamente utilizado pelos torcedores do Mundial de Futebol da FIFA de 2010, na África do Sul);
2011 a palavra em destaque foi "austeridade" (no sentido de política de austeridade, que dominou o cenário de grandes potências mundiais);
Já em 2012 a expressão foi "entroikado" (ainda por causa da crise econômica em Portugal e as condições de austeridade impostas pela troika, muitos portugueses se sentiram entroikados);
Em 2013 se sobressaiu a palavra "bombeiro" (profissionais que se destacaram no combate a incêndios que destruíram florestas e pessoas, no ano em questão);
2014 se destacou a palavra "corrupção" (suspeitas que foram detectadas em diversos setores da sociedade, entidades e personalidades públicas);
Já em 2015 obtivemos a expressão "refugiado" (diversas pessoas em fuga dos conflitos existentes no Oriente Médio, as quais arriscaram a vida em processos migratórios rumo a diversos países da Europa).
Em 2016 as palavras ainda podem ser votadas, sendo elas: "brexit", "campeão", "empoderamento", "geringonça", "humanista", "microcefalia", "parentalidade", "presidente", "turismo" e "racismo". Acesse o site do Palavra do Ano e vote!

Obs. os textos GIF (Graphics Interchange Format/formato para intercâmbio de gráficos) foram realizados no site <http://pt.bloggif.com/>.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

O Poeta e a Obra - Florbela Espanca (parte 2/4)

Na primeira postagem nós apresentamos um resumo sobre a vida e a obra de Florbela Espanca e destacamos alguns poemas do livro "Trocando Olhares" (1915-1917).
O destaque agora é para o "Livro de Mágoas" (1919), incluído também na Antologia Poética "Poemas de Florbela Espanca" (2005), por Maria Lúcia Dal Farra (Ed. Martins Fontes).


Livro de Mágoas (1919)

Este livro...
Este livro é de mágoas. Desgraçados
Que no mundo passais, chorai ao lê-lo!
Somente a vossa dor de Torturados
Pode, talvez, senti-lo... e compreendê-lo.

Este livro é pra vós, Abençoados
Os que o sentirem, sem ser bom nem belo!
Bíblia de tristes... Ó Desventurados,
Que a vossa imensa dor se acalme ao vê-lo!

Livro de Mágoas... Dores... Ansiedades!
Livro de Sombras... Névoas... e Saudades!
Vai pelo mundo... (Trouxe-o no meu seio...)

Irmãos na Dor, os olhos rasos de água,
Chorai comigo a minha imensa mágoa,
Lendo o meu livro só de mágoas cheio!

Vaidade
Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...
E não sou nada!...

Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmão do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou...
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

Tortura
Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida Verdade, o Sentimento!
- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar num verso d’alto pensamento,
E puro como um ritmo d’oração!
- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento!...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

Torre de névoa
Subi ao alto, à minha Torre esguia,
Feita de fumo, névoas e luar,
E pus-me, comovida, a conversar
Com os poetas mortos, todo o dia.

Contei-lhes os meus sonhos, a alegria
Dos versos que são meus, do meu sonhar,
E todos os poetas, a chorar,
Responderam-me então: “Que fantasia,

Criança doida e crente! Nós também
Tivemos ilusões, como ninguém,
E tudo nos fugiu, tudo morreu!...”

Calaram-se os poetas, tristemente...
E é desde então que eu choro amargamente
Na minha Torre esguia junto ao Céu!...

Dizeres íntimos
É tão triste morrer na minha idade!
E vou ver os meus olhos, penitentes
Vestidinhos de roxo, como crentes
Do soturno convento da Saudade!

E logo vou olhar (com que ansiedade!...)
As minhas mãos esguias, languescentes,
De brancos dedos, uns bebês doentes
Que hão de morrer em plena mocidade!

E ser-se novo é ter-se o Paraíso,
É ter-se estrada larga, ao sol, florida,
Aonde tudo é luz e graça e riso!

E os meus vinte e três anos... (Sou tão nova!)
Dizem baixinho a rir: “Que linda a vida!...”
Responde a minha Dor: “Que linda a cova!”

Amiga
Deixa-me ser a tua amiga, Amor;
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.

Que só, de ti, me venha mágoa e dor
O que me importa a mim? O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for
Bendito sejas tu por m’o dizeres!

Beija-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...

Beija-as bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!...

Alma perdida
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma de gente,
Tu és, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, alma doente
D’alguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh’alma
Que chorasse perdida em tua voz!...

A minha tragédia
Tenho ódio à luz e raiva à claridade
Do sol, alegre, quente, na subida.
Parece que a minh’alma é perseguida
Por um carrasco cheio de maldade!

Ó minha vã, inútil mocidade
Trazes-me embriagada, entontecida!...
Duns beijos que me deste, noutra vida,
Trago com meus lábios roxos, a saudade!...

Gosto da Noite imensa, triste, preta,
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!...

Velhinha
Se os que me viram já cheia de graça
Olharem bem de frente para mim,
Talvez, cheios de dor, digam assim:
“Já é velha! Como o tempo passa!...”

Não sei rir e cantar por mais que faça!
Ó minhas mãos talhadas em marfim,
Deixem esse fio d’oiro que esvoaça!
Deixem correr a vida até o fim!

Tenho vinte e três anos! Sou velhinha!
Tenho cabelos brancos e sou crente...
Já murmuro orações... falo sozinha...

E o bando cor-de-rosa dos carinhos
Que tu me fazes, olho-os indulgente,

Como se fosse um bando de netinhos...
Copiado de: Goodreads (editado posteriormente).
Copiado de: Sempre Digo

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

3 - O Poeta e a Obra - Florbela Espanca (parte 1/4)

Não só pelos críticos, mas também por todos aqueles que amam aquilo que se é expressado por meio de letras num papel – o amor  poético – da forma mais original, desnuda e incrível, consideram Florbela Espanca como um dos grandes nomes da literatura portuguesa, por que não, da literatura mundial. Nascida em 1824, em Vila Viçosa (Alentejo, Portugal), Florbela d'Alma da Conceição Espanca, teve uma vida bastante breve, se notarmos que a mesma faleceu em 1930, com apenas 36 anos de idade[i]; mas nem por isso, custou deixar sua marca no âmago na poesia mundial. O que se sabe é que Florbela teve uma vida pessoal tumultuada, sofrida, inquieta, especialmente no que refere as suas relações amorosas.  
Sobre a sua religião, dizia Florbela que “(...) o meu racionalismo à Hegel, apoiado numa espécie de filosofia à Nietzsche, chegou-me por muito tempo. Hoje... a minha sede de infinito é maior do que eu, do que o mundo, do que tudo, e o meu espiritualismo ultrapassa do céu” (DAL FARRA, 2005).
Nosso objetivo aqui não é apontar detalhes sobre a sua vida pessoal e/ou enquanto poeta, mas sim, tentar apresentar aquilo que se sobressai, quando pensamos na obra de Florbela; por não conhecer a amplitude dos seus textos, limitamo-nos no trato de alguns deles, destacando poemas e passagens interessantes (que nos acalanta intimamente, logo uma predisposição pessoal) e de outros textos escritos por ela.
Dal Farra (2005) diz ainda que,

Nunca ninguém teve tão vasculhada a sua intimidade, em busca de provas tanto a favor quanto contra, como essa mulher insurrecta! Rainha, sim, mas a duras penas, a ponto de terem profanado aviltantemente a sua privacidade, o bem que lhe era mais caro, se tornava best-seller - lugar que a sua obra ainda conserva hoje em dia -, mais ataques lhe eram dirigidos no sentido de evitar o risco de ser tomada como “exemplo” para as gerações femininas criadas à sombra do salazarismo.

Suas obras:
Livro de Mágoas (1919);
Livro de Sóror Saudade (1923);
Charneca em Flor (1931);
Cartas de Florbela Espanca (...) (1931);
As Máscaras do Destino (1931);
Sonetos Completos (...) (1934);
Cartas de Florbela Espanca (...) (1949);
Diário do último ano (1981);
O Dominó Preto (1982);
Obras Completas de Florbela Espanca (1985-1986) (Rui Guedes);
Trocando Olhares (1994) (Maria Lúcia Dal Farra).

Vamos ao que mais interessa:
Começamos com a...

Trocando Olhares (1915-1917)

Dedicatória
É só teu o meu livro; guarda-o bem;
Nele floresce o nosso casto amor
Nascido nesse dia em que o destino
Uniu o teu olhar à minha dor!
    
Cantigas leva-as ao vento...
A lembrança dos teus beijos
Inda na minh’alma existe,
Como um perfume perdido,
Nas folhas dum livro triste.

Perfume tão esquisito
E de tal suavidade,
Que mesmo desapar’cido
Revive numa saudade!

Num postal
Luar! lírio branco que se esfolha...
Neve, que do céu anda perdida,
Asas leves d’anjo, que pairando,
Reza pela terra adormecida...

No Minho
Casitas brancas do Minho
Onde guardam os tesouros,
As fadas d’olhos azuis
E lindos cabelos loiros.

Filtros de beijos em flor,
Corações de namoradas,
Nas asas brancas do Minho
Guardam ciosas as fadas.

Que diferença!...
Quando passas a meu lado,
E que olhas para mim,
Tornas-te da cor de rosa,
E eu da cor do jasmim.

Vê tu que expressões dif’rentes
Da nossa mesma ansiedade:
A cor da rosa é despeito,
A palidez é saudade!

Os teus olhos
O céu azul, não era
Dessa cor, antigamente;
Era branco como um lírio,
Ou como estrela cadente.

Um dia, fez Deus uns olhos
Tão azuis como esses teus,
Que olharam admirados
A taça branca dos céus.

Quando sentiu esse olhar:
“Que doçura, que primor!”
Disse o céu, e ciumento,
Tornou-se da mesma cor!

Verdades cruéis
Acreditar em mulheres
É coisa que ninguém faz;
Tudo quanto amor constrói
A inconstância desfaz.

Hoje amam, amanhã ‘squecem,
Ora dores, ora alegrias;
E o seu eternamente
Dura sempre uns oito dias!...

Li um dia, não sei onde,
Que em todos os namorados
Uns amam muito, e os outros
Contentam-se em ser amados.

Fico a cismar pensativa
Neste mistério encantado...
Digo pra mim: de nós dois
Quem ama e quem é amado?...

Súplica (I)
Digo pra mim
Quando ele passa:
Ave Maria
Cheia de Graça!

E quando ainda
Mal posso vê-lo:
Bendito Deus
Como ele é belo!

Embalada num sonho aurifulgente
Sei apenas que sonho vagamente,
Ao avistar, amor, teus olhos belos,

Em castelãs altivas, medievais,
Que choram às janelas ogivais,
Perdidas em românticos castelos!

Duas quadras
Não sei se tens reparado
Quando passeia, o luar
Pára sempre à tua porta
E encosta-te a chorar;

E eu que passo também
Na minha mágoa a cismar
Paro junto dele, e ficamos
Abraçados a chorar!
 "Procurando Florbela Espanca", de Manuela Pinheiro (pintora portuguesa). Disponível em: Sem pénis nem inveja (Veneno com açúcar).



[i] “Até a passagem do dia 7 para o dia 8 de dezembro de 1930 – data em que, ritualisticamente, Florbela se suicida no momento em que completa trinta e seis anos -, ela havia alcançado publicar, tão-somente às próprias custas, a pequena tiragem de duzentos exemplares para cada um dos seus dois volumes de poesia: o Livro de Mágoas, em 1919, e o Livro de Sóror Saudade, em 1953” (DAL FARRA, Maria Lúcia, 2005).
Obras Consultadas:
DAL FARRA, Maria Lúcia (Org.). Poemas de Florbela Espanca: estudo introdutório, organização e notas. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
ESPANCA, Florbela. As Máscaras do Destino.  São Paulo: Martin Claret, 2009. (Coleção a obra-prima de cada autor); 292).
 _______, Florbela. Contos e Diário. 1ª ed. Alfragide: BIIS: 2009.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Fichamento: História das Doutrinas Econômicas (Capítulo 3), de Paul Hugon

HUGON, Paul. História das Doutrinas Econômicas. 14 ed. São Paulo: Atlas, 1984.

3. O MERCANTILISMO
  • Mercantilismo representa o conjunto de ideias e práticas econômicas que floresceram na Europa, entre 1450 e 1750.
  • Foi essa nova ordem intelectual, política e geográfica que favoreceu a aurora dos tempos modernos.
Transformação intelectual:
  • Representada pelo Renascimento.
  • “É o momento em que ressoam os nomes prestigiosos de um Leonardo da Vinci, de um Miguel Ângelo, de um Rafael, e um Ticiano”. (p. 59)
  • Tudo isso possibilitou o desenvolvimento da ciência moderna. Desenvolve-se a curiosidade de saber, um ideal novo de bem-estar, de consumo, de luxo.
  • A impressa contribui decisivamente para o desenvolvimento de novas ideias.
  • Junta-se a tudo isso uma vontade de criar, sendo que em todos os domínios.
  • Essa vontade de viver melhor, de empreender, de querer realizar-se e conquistar são bastante favoráveis ao desenvolvimento econômico.
  • Calvino é importante contribuinte da ideia de atividade econômica e de busca de lucros.
  • Ele posiciona-se contra as proibições do catolicismo e justifica o empréstimo a juros.
Transformação política:
  • Surge no século XI o Estado Moderno.
  • A centralização monárquica se generaliza em toda a Europa.
  • Neste âmbito o estado submeteu seus servos e adquiriu a capacidade de transformar a unidade política e econômica numa ideia de economia nacional e daí o Estado passa a coordenar todas as diferentes forças ativas da nação.
  • O comércio transforma-se em negócio público.
  • A nação passa a ser compreendida como um organismo econômico.
  • Surgem também antagonismos violentos, pois ‘o lucro de uns acarreta no prejuízo de outros’.
Transformações geográficas:
  • A decisiva no processo de expansão e conquista de territórios, foi sem dúvida a navegação, e especialmente, aquela desenvolvida pelos portugueses.
  • Neste processo de forte exploração, a vida econômica rasga, então, o horizonte universal.
  • “A transformação geográfica, foi, talvez o fenômeno mais importante. O afluxo dos metais preciosos (...) estimulam o desenvolvimento das ideias interessantes sobre moeda e a possibilidade de elaboração da concepção metalista, base dos sistemas mercantilistas”. (p. 64)
IDEIAS ECONÔMICAS E MONETÁRIAS
Ideias referentes à moeda
  • No século XVI, a moedas tomam conta da Europa; a questão do valor passa a ganhar outra conotação e os trabalhadores são os que mais sofrem.
  • Neste período, então havia uma forte alta dos preços.
  • Causa esta, advinda da enorme quantidade de metais que estavam estocadas.
  • Havendo uma relação direta entre movimento do estoque de metal precioso e os movimentos de preço.
Ideia Metalista
  • “A prosperidade dos países parece estar na razão direta da quantidade de metais preciosos que possuem”. (p. 65)
  • Riqueza e quantidade de metal precioso, possuídas por um país é expressão de um só fenômeno.
  • “Os mercantilistas não veem o ouro e a prata como a única riqueza, mas os considera como o mais perfeito instrumento de aquisição da riqueza”. (p. 66)
  • Muitos mercantilistas confundiram a riqueza com o dinheiro.
  • Outra ideia metalista: a necessidade de dinheiro para se fazer a guerra.
  • Três princípios fundamentais da ideia metalista: ideia de moeda e riqueza, durabilidade da riqueza metálica, necessidade de dinheiro para a guerra.
  • Essas ideias são a alma do pensamento mercantilista.
JaloNunes.
Copiado de: www.traca.com.br

sábado, 5 de novembro de 2016

Fichamento: A ideia de Cultura, de Terry Eagleton

EAGLETON, Terry. A ideia de Cultura. – São Paulo: Editora UNESP, 2005.
  • Cultura: seu significado antropológico abrange tudo, desde estilos de penteado e hábitos de bebida até como dirigir a palavra ao primo em segundo grau de seu marido; em contraposição, poder-se-ia considerar o significado estético nebuloso demais, e o antropológico limitado demais (p. 51).
  • Segundo o autor, estamos entre uma noção de cultura debilitantemente ampla e outra desconfortavelmente rígida (p. 51).
  • Apesar do alcance aparentemente ilimitado da definição antropológica, algumas coisas são consideradas mundanas para serem culturais, ao passo que outras são demasiado específicas (p. 52).
  • E se cultura significa tudo que é humanamente construído ao invés de naturalmente dado, então isso deveria logicamente incluir a indústria assim como a mídia, formas de fazer patos de borracha, assim como maneiras de fazer amor ou de se divertir (idem).
  • Clifford Geerts vê a cultura como as redes de significação nas quais está suspensa a humanidade; Raymond Williams como o sistema significante, através do qual uma ordem social é comunicada, reproduzida, experienciada e explorada (idem).
  • Williams também faz uma distinção entre significação e necessidade. Todos os sistemas sociais envolvem significação, mas nem todos eles são sistemas significantes; é questão do útil e do inútil (p. 54).
  • A cultura pode ser resumida como o complexo de valores, costumes, crenças e práticas que constituem o modo de vida de um grupo específico; a cultura é então, simplesmente tudo que não é geneticamente transmissível (p. 54/55).
  • De outro ponto de vista, a cultura é o conhecimento implícito do mundo pelo qual as pessoas negociam maneiras apropriadas de agir em contextos específicos (p. 55).
  • Williams conclui em quatro os significados de cultura: uma disposição mental individual; o estado de desenvolvimento intelectual de toda uma sociedade; as artes e o modo de vida de um grupo de pessoas (p. 56).
  • Em certo sentido, a expressão “instituição cultural” é uma tautologia, pois não existem instituições não culturais (p. 57).
  • Para o autor a teoria da cultura é: um estudo das relações entre elementos de um modo de vida total (idem).
  • Pessoas que pertencem ao mesmo lugar, profissão ou geração nem por isso constituem uma cultura; elas o fazem somente quando começam a compartilhar modos de falar, saber comum, modos de proceder, sistemas de valor, uma auto-imagem coletiva (p. 59).
  • Hoje em dia o termo cultura a tornou superespecializada, refletindo obedientemente a fragmentação da vida moderna (idem). Agora ela significa a afirmação de uma identidade específica – nacional, sexual, étnica, regional – em vez de transcendência desta (p. 60).
  • O pós-modernismo opta pela cultura como conflito em vez de como reconciliação imaginária; acentuado a fragmentação a impossibilidade de transcender à totalidade (p. 61). Neste sentido, as culturas são frequentemente universais concretos, versões localizadas do próprio universalismo que os pós-modernistas denunciam (p. 66).
  • Cultura é mais amplo, universal; cultura é mais restrito, local (interpretação minha).

JaloNunes.
Copiado de: editoraunesp.com.br

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